São Paulo, 23 de agosto de 2014 – Alexandre Padilha atraiu o maior número de perguntas no primeiro debate entre os candidatos a governador de São Paulo. Candidato da coligação “Para Mudar de Verdade” (PT/PC do B/PR), o ex-ministro dos governos Lula e Dilma respondeu a 5 perguntas, uma a mais que Paulo Skaf (PMDB), o que lhe garantiu mais de 12 minutos de exposição no debate realizado pela TV Bandeirantes na noite deste sábado. Geraldo Alckmin não compareceu.
Padilha foi perguntado sobre sua primeira medida à frente do governo, Mais Médicos, combate à corrupção, segurança e redução da maioridade penal. Em respostas ou comentários, Padilha apresentou um quadro de suas prioridades de governo.
Ao responder a primeira pergunta, única para todos os candidatos, lembrou sua experiência como ministro dos governos Lula e Dilma, sua participação em programas como o “Minha Casa, Minha Vida”, “Prouni”, “Mais Médicos”, “Pronatec” e “Farmácia Popular”. Sobre sua primeira medida de governo, Padilha anunciou a instalação do programa “Agiliza São Paulo”:
– “Quero agilizar tudo o que o governador Alckmin quatro anos atrás prometeu aqui nessa mesma emissora e não fez”, disse em referência ao debate realizado pela Band nas eleições de 2010.
Minutos antes do início do debate, Padilha havia apresentado aos jornalistas que o aguardavam um CD com imagens de promessas feitas e não cumpridas pelo atual governador.
Ao comentar o tema corrupção, Padilha afirmou que, em toda sua vida e nos mais de 10 anos como ministro dos governos Lula e Dilma, sempre manteve um combate permanente ao mal feito.
– “Sou ficha limpa, meu vice é ficha limpa. Quero uma controladoria independente para fiscalizar em São Paulo. Vou ter uma postura diferente do atual governo com 20 anos de corrupção com cartel do trem e do metro. Quero criar em São Paulo a Controladoria Geral do Estado a exemplo da CGU implantada no governo federa e dar total autonomia para a Polícia Civil e o Ministério Público no combate à corrupção”.
Para o candidato da coligação PT/PCdoB/PR, os governos do PSDB conviveram com o escândalo do cartel do Metrô por20 anos.
– “Pior, um dos citados é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Colocaram a raposa para cuidar do galinheiro”.
Sobre o “Mais Médicos”, Alexandre Padilha, formado em Medicina pela Unicamp com especialização na USP, lembrou sua atuação na Amazônia.
– “Quando fui médico nas áreas mais carentes da região amazônica, vi na prática a importância da presença de um médico. O programa Mais Médicos atende hoje 50 milhões de brasileiros. Só em São Paulo são 10 milhões de paulistas atendidos pelo programa. Quero avançar e quero dar o próximo passo que é o Mais Médicos Especialidades. Quem precisa sabe a importância de ter um médico próximo”.
Na área de segurança, Padilha disse que uma das propostas apresentadas por seu plano de governo é a integração das polícias e a criação da Força Paulista de Segurança, experiência que o candidato conheceu durante visita aos Estados Unidos e que integra a inteligência e a atuação das Polícias Federal, Militar, Civil e Municipais.
Ainda no tema segurança, Padilha foi perguntado se é favorável à redução da maioridade penal de 18 para 16 anos.
– “Sou contra essa mudança na Constituição. 98% dos crimes são cometidos por adultos. Eu quero ser o governador que vai dar oportunidade para os jovens. Assim como tive a oportunidade de fazer Medicina na USP e na Unicamp, quero que os jovens tenham oportunidades”, afirmou, destacando que hoje a legislação já possui instrumentos para manter em regime fechado menores de idade que cometeram crimes graves.
Além de Padilha, participaram do debate transmitido pela Band para todo o Estado os candidatos Laércio Benko (PHS), Walter Ciglioni (PRTB), Gilberto Natalini (PV), Paulo Skaf (PMDB) e Gilberto Maringoni (Psol)
No plano nacional, Padilha defendeu em vários momentos a urgência da reforma política. “Nisso eu mexeria na Constituição”, disse.
Em réplica ao candidato Benko, Padilha defendeu uma drástica mudança na postura do governo do Estado.
– “Quero ser o governador que vai assumir as responsabilidades, a responsabilidade da educação, a responsabilidade da segurança, a responsabilidade pelo fim da progressão continuada”.
Depois de relembrar a queda do Estado de São Paulo nos índices de avaliação do ensino médio, Padilha falou sobre parte de sua proposta para educação.
– “Uma mudança na educação começa com a valorização do professor e pela criação de oportunidades para a juventude. Vou criar o céu da juventude, o que a Marta (Suplicy) fez, eu vou fazer para o ensino médio”.
Dentre suas propostas de governo, Padilha falou ainda sobre a interação com a Polícia Federal no combate ao crime organizado, a implantação do Bilhete Único Metropolitano, a ampliação do ensino técnico e de programas como o Farmácia Popular.
Nas considerações finais após duas horas e meia de debate, Padilha disse que sua história de vida -o nascimento, a infância e parte da juventude na ditadura militar- o faz valorizar espaços democráticos como os de um debate em TV aberta.
– “Projetos não são discursos, mas o que fazemos pelas pessoas. Quero ser governador para São Paulo ser líder em segurança, em transporte, em saúde e educação”.